Ação do Gaeco prende policiais, empresários e auditores da Receita
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpre na manhã desta sexta-feira 20 novos mandados de prisão em Londrina e região. Por volta das 8h50, 17 pessoas haviam sido presas, entre funcionários da Receita Estadual (RE), policial civil e empresários. A operação é um desdobramento do escândalo de corrupção na Receita Estadual na cidade e conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil.
De acordo com o promotor Claudio Esteves, até esta manhã não era possível mensurar o valor desviado pela quadrilha. “Nós temos a ideia que haja uma sonegação sistemática de determinadas pessoas, protegidas por agentes públicos ligados à Receita Estadual”, disse. As investigações da Operação Publicana começaram há cerca nove meses.
Esteves pontuou ainda que a operação desta sexta-feira tem diversos segmentos, mas que não, necessariamente, têm ligação entre si. “As operações Voldemort e Publicana elas são originadas em uma mesma situação, mas se tratam de casos distintos entre si, embora hajam alguma correlação.”
Prisões
No início desta manhã, o policial civil André Santelli foi preso em Ibiporã, na Região Metropolitana de Londrina, enquanto trabalhava na delegacia local. Segundo o Gaeco, ele seria ex-funcionário da Receita Estadual e teria um irmão que trabalha no órgão.
Os auditores da Receita, Rosângela Semprebom e Marco Antônio Bueno, foram detidos em Londrina. Rosangêla é irmã Luiz Antônio de Souza, auditor fiscal da Receita preso em janeiro.
O Gaeco também cumpriu o mandado de prisão do delegado da RE, Dalton Lázaro Soares. Stefan Ruthschilling, proprietário de uma distribuidora de combustível da região está entre os presos desta manhã.
Por volta das 9 horas, a expectativa é que uma os demais empresários presos nesta manhã fossem encaminhados em uma van para o Gaeco para prestar esclarecimentos.
Crise na Receita
Em 5 de março, o Gaeco cumpriu mais de 50 mandados de busca e apreensão em várias cidades da região Norte do Paraná, inclusive no prédio da Receita Estadual em Londrina. O escritório do órgão também foi vasculhado em Curitiba.
No dia seguinte, o promotor Renato de Lima Castro, da Promotoria de Defesa e Proteção ao Patrimônio Público, fez um alerta e, ao mesmo tempo, um apelo a empresários e contadores, para que tivessem informações ou fossem vítimas do esquema, que colaborassem com o Gaeco.
O suposto esquema de corrupção envolvendo auditores da Delegacia da Receita Estadual em Londrina extorquia empresários de diversas formas, provocando um prejuízo ainda não calculado aos cofres públicos, em impostos que deixaram de ser recolhidos.
Em alguns casos identificados pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, os auditores teriam cobrado propina para dar baixa em dívidas milionárias de empresas. Para isso, eles teriam recebido R$ 200 mil de cada empresário, o que fez com que investigadores ironizassem a situação, questionando se haveria um “tabelamento” da propina.
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