Pauliki e Plauto são contra investigação de desvio de dinheiro público





Deputados defendem abertura de CPI para investigar desvio de dinheiro público em construção de escolas no paraná, 12 deputados assinaram a CPI, porém dos deputados que se recusaram a assinar o processo de investigação dois são de Ponta Grossa.

Os deputados que compõem a bancada de oposição ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), defenderam na terça-feira (03) a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades em contratos de construção e reforma de escolas estaduais, levantadas pela Operação Quadro Negro.

De acordo com o Ministério Público, a Construtora Valor recebeu indevidamente recursos por obras inacabadas ou que se querer que foram iniciadas. O prejuízo ao erário é estimado em R$ 18 milhões, e o governo estadual teve que devolver R$ 19 milhões à União.

As irregularidades são investigadas pela Operação Quadro Negro, sob orientação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). 
Quinze pessoas foram denunciadas à Justiça, entre elas Juliano Borghetti - irmão da vice-governadora Cida Borghetti. Ele nega envolvimento.

Integram a lista também funcionários da Secretaria de Educação do Paraná e pessoas ligadas à Construtora Valor.

Existe ainda a suspeita de que parte do dinheiro desviado teria sido direcionada à campanha eleitoral do governador.

A informação surgiu em depoimentos de funcionárias da construtora. Richa nega e considera as denúncias levianas.

Diante dos
 indícios de que há participação de políticos nas irregularidades, o procurador-geral da Justiça no Paraná, Gilberto Giacoia, encaminhou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a investigação.

De acordo com o deputado Tadeu Veneri (PT), após o carnaval deve começar o processo para angariar assinaturas dos deputados para a criação da CPI. Conforme o Regimento Interno da Assembleia, são necessárias 18. O petista, que era líder da oposição na Casa, passou o cargo para o deputado Requião Filho (PMDB).

Antes disso, afirmou o deputado, será realizado um trabalho de mobilização social, com reuniões com diferentes setores da sociedade, com o intuito de pressionar os parlamentares para a implantação da CPI.
O líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), defendeu o governo. Segundo Romanelli, o então secretário de Educação, Fernando Xavier, verificou inconsistências entre as obras medidas e pagas e agiu.

“O governo tomou todas as providências. Afastou, demitiu e exonerou os servidores que supostamente tivesse envolvimento”, afirmou o deputado. Ainda de acordo com o parlamentar, a Procuradoria Geral do Estado adotou medidas judiciais para garantir o ressarcimento do cofre público.

Ele ainda disse que, em nome do governador, repudia a acusação de que teria havido caixa dois na campanha eleitoral.

O esquema
Conforme a denúncia, o esquema descoberto pela Operação Quadro Negro funcionava a partir de atestados falsos emitidos por servidores públicos e por funcionários da construtora sobre o estágio de andamento das obras. Com estes pareceres, a empresa recebia os valores previstos na licitação sem que cumprisse o cronograma das obras.
Para sustentar o esquema, segundo o Gaeco, o dono da construtora, Eduardo Lopes de Souza, familiares dele e outros denunciados pagavam propina para Maurício Fanini, à época diretor do Departamento de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Secretaria de Educação. Fanini, por sua, vez, ordenava que quatro engenheiros subordinados a ele atestassem de forma falsa que as obras estavam com o cronograma correto. Todos foram denunciados.
O dinheiro oriundo dessa corrupção era lavado através da compra em nome de terceiros de veículos, móveis, imóveis e também repasse de dinheiro para contas de diferentes pessoas.
Pelo menos dez contratos firmados entre a Valor e a Secretaria de Estado da Educação foram alvos da investigação. As obras investigadas são nas cidades de Santa Terezinha do Itaipu, Cornélio Procópio, Rio Negro, Campina Grande do Sul, Curitiba, Coronel Vivida, Joaquim Távora e Ponta Grossa.

Reportagem: G1.globo

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