Pacientes passam horas em cadeiras à espera de leito em hospital de Ponta Grossa


Pessoas com dores e à espera de cirurgia ficam até mais de 24 horas em observação nas cadeiras

Com dores e à espera de transferência para fazer uma cirurgia, a diarista Marista Bonato Maier, 41 anos, diz ter passado mais de 24 horas acomodada numa cadeira dentro do Hospital Municipal de Ponta Grossa até ser colocada num leito e, posteriormente, encaminhada a um hospital de Campo Largo. Assim como ela, vários outros pacientes passam horas em cadeiras até serem acomodados em camas.
O esposo de Maristela, Alessandro Antonio Maier, explica que ela foi internada na noite de quinta-feira e ficou até as 14 horas de sábado numa cadeira, recebendo soro. “Quando ameacei chamar a imprensa, em dez minutos arrumaram um leito para ela deitar”, conta. A diarista passou o fim de semana internada e foi transferida no fim da manhã de segunda-feira para um hospital na região de Curitiba, onde foi submetida à cirurgia para retirada da vesícula. “E estava cheio de gente nas cadeiras, mas nos quartos de cima havia vagas nas camas”, relata Alessandro.
Observação

O uso de cadeiras para acomodar os pacientes já foi assunto de outras matérias publicadas pelo DC. Nesta segunda-feira, a direção do Hospital Amadeu Puppi voltou a afirmar que esse tipo de acomodação é permitido, mas diz desconhecer que algumas pessoas passam dias nas cadeiras. “A observação em cadeiras pode se estender por um determinado prazo, inclusive com código de procedimentos SUS [Serviço Único de Saúde] para tal”, explica a diretoria, em nota encaminhada via assessoria de imprensa. “A recepção elabora um relatório diário dos pacientes que ficam em observação e, principalmente, para que dentro do prazo que o SUS preconiza possamos dar direcionamento. Essa afirmação de que estão há dias, desconhecemos”, acrescenta, sem citar o prazo máximo permitido para os pacientes ficarem nos assentos. Sobre leitos supostamente ociosos, a direção do hospital informou que cada setor tem um número específico de leitos.

Matéria: Diário dos Campos

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